A dança sempre me encantou... Parece
nos transportar para um mundo mágico, onde a música assina sua essência no
corpo daquele que também entrega a sua alma para a dança...
Apesar da admiração por essa arte, a timidez e o medo sempre me acompanharam. Por tempos, a dança permaneceu guardada numa caixinha de sonhos. Em 2009, através de uma grande amiga, chamada Kelly, o universo me apresentou a dança circular. Entrei, cheia de receios, numa sala do Centro de Ciências da Educação, da UFSC. Mas foi lá que uma das surpresas mais bonitas da vida aconteceu.
Lembro-me exatamente da primeira música que assinou sua magia na minha alma: Menousis. Em círculo, à meia luz e de mãos dadas na roda, compreendi o verdadeiro significado da dança. Passado e futuro se dissolveram num instante e o tempo presente me presenteava com sua graça. Descobri, naquele momento, o que Bernhard Wosien exprimiu com as palavras: “a dança é uma meditação em movimento, uma caminhada em direção ao silêncio, onde todo movimento se torna uma oração...”. Tenho profunda gratidão e admiração pela focalizadora e professora, Luciana Esmeralda Ostetto. Ela foi fundamental para eu me libertar de meus medos e me ensinar que o mais importante na dança não é a técnica ou a perfeição dos passos, mas os sentimentos que a dança imprime em nossos corações.
Em 2010 a vida me deu de presente um
lar acolhedor, Urupema. Foi nessa cidade fria, mas repleta de gente com o
coração quente, que pude compartilhar as coisas boas que a dança me
proporcionou. Nos anos de 2012 e 2013, através de um projeto de extensão
denominado “Mãos unidas pela roda”, tive o prazer de socializar, com um grupo
de mulheres, a magia das danças folclóricas, populares e sagradas de diferentes
povos e culturas... 
Embalada pelas delícias da dança,
idealizei, início de 2015, um projeto de extensão para ofertar para a
comunidade de Urupema uma dança que admiro desde criança: o jazz, proveniente
da cultura negra. Porém, como diria Raul, “sonho que se sonha só, é só um sonho,
mas sonho que se sonha junto é realidade”... Então, esse sonho só foi possível
graças ao companheirismo das bolsistas Camila A. da Silva e Silvana T. Alves e
à dedicação e experiência profissional da bailarina clássica Karen Kriss.
Porém, sem o comprometimento de todas as meninas e do nosso menino Edson, nada
disso aconteceria... Foram eles que deram vida ao nosso grupo “Jazz dance
esquenta Urupema”. Durante dois meses e meio, entre alongamentos e dinâmicas de autoconhecimento, nossa professora Karen nos preparou para um dia muito especial: 16 de julho de 2015. Para uma plateia composta por familiares e amigos queridos, apresentamos a coreografia elaborada para a música “A bailarina e o soldado de chumbo”. Numa mistura de nervosismo, erros e acertos, dançamos no desejo de imprimir no coração de cada pessoa ali presente os bons sentimentos que a dança imprimiu em nossos corações: paz, alegria, descontração, aceitação e superação...
Em nome de meu companheiro, Thiago, e de meus pais, Edson e Ivanir, quero agradecer todos os familiares que são nossas fontes de inspiração e motivação. Em nome do diretor do Câmpus Urupema, professor Marcos, agradeço ao Instituto Federal de Santa Catarina por incentivar a arte e a cultura dentro do espaço escolar e possibilitar uma educação focada na formação integral do ser humano. Em nome do amigo e servidor Péricles, agradeço todos os servidores e terceirizados do Câmpus Urupema que contribuíram na organização do evento. Em nome das professoras Cristel e Karen, agradeço e parabenizo todas as crianças bailarinas que iluminaram nossa noite com o carisma e a delicadeza, próprios da infância. Por fim, em nome da amiga e servidora Jéssica e das bolsistas Camila e Silvana, agradeço todos os companheiros de dança. Sem vocês, nada seria possível... Obrigada!
Abaixo, entre registros feitos através de fotos e vídeos, compartilho com vocês alguns momentos especiais. Espero que gostem...
Com carinho,
Camila Koerich Espindola.
