quinta-feira, 21 de maio de 2015

Quem disse que homem não pode???



No país do futebol, quando um homem decide trocar as chuteiras por sapatilhas, o preconceito contra aquele que tem a coragem de entrar para o mundo da dança ainda é grande. Seja com o jazz dance, com o balé, ou até mesmo com a dança de salão...

Apesar disso, o preconceito contra dançarinos nem sempre existiu. Por exemplo, há cerca de 500 anos atrás, quando surgiu o balé nas cortes europeias, o corpo de dança era formado apenas por homens. Além disso, foi também um homem, Charles-Louis-Pierre de Beauchamps, quem criou as cinco posições básicas que são usadas no balé até hoje.

Para quem ainda insiste na teoria de que dança é “coisa de mulherzinha”, vale a pena conhecer um fato interessante da vida do gigante francês do judô, Teddy Riner. Ele, um dos maiores astros do judô atual, também praticou jazz moderno quando criança.

Coincidência ou não, também temos um judoca participando das nossas oficinas de jazz dance. Natural de Lages, Edson Dapont Lopes tem 15 anos, reside em Urupema, atualmente é faixa cinza no judô e cursa o 2° ano do ensino médio na Escola Estadual Manoel Pereira de Medeiros. Para conhecer um pouco mais desse garoto, que também já praticou a invernada, dança tradicional gaúcha, a equipe responsável pelo projeto realizou uma entrevista com Edson. Curta tudo o que rolou durante nossa conversa:

Você percebe alguma relação do judô com o jazz dance?
Edson: Com certeza. Ambas as atividades favorecem a flexibilidade corporal, melhoram o condicionamento físico e nos ajudam muito a manter o foco e a atenção.

O que te motivou a praticar o judô e a participar das oficinas de jazz?
Edson: Quem me incentivou a participar do judô, foi uma vizinha. Ela trabalhava na secretaria municipal de educação e foi uma das principais responsáveis por trazer o judô para o município de Urupema. Eu me identifiquei muito com essa atividade e pratico o esporte há um ano e meio. Sobre o jazz, vi um convite para as oficinas publicado no mural da escola. Mesmo sem conhecer essa dança, achei a oportunidade interessante e fui até o IFSC para realizar a minha inscrição.

Você é o único homem integrante do projeto jazz dance esquenta Urupema. Como você se sente?
Edson: Apesar de ser o único homem, não sinto que sou tratado de forma diferente ou privilegiada. Acho que todos somos iguais e devemos ser tratados da mesma maneira. Em nenhum momento me senti constrangido. Muito pelo contrário, me sinto bastante confiante durante as aulas.

Em muitos países existem, há anos, escolas de balé clássico exclusivas para homens. No Brasil, infelizmente, o homem ainda esbarra no preconceito quando manifesta um interesse pela dança. Qual a sua opinião sobre isso?
Edson: O mundo, infelizmente, ainda é muito machista, muito preconceituoso. Para mim, não é a dança que vai definir a orientação sexual de uma pessoa. A dança é para todos, seja homem ou mulher.

Qual o recado que você deixa para os meninos que têm vontade de inciar alguma dança?
Edson: Se você quer dançar, não se importe com as opiniões negativas dos outros. Faça aquilo que te deixa feliz, corra atrás de seus objetivos, realize os seus sonhos. Se você quer, você consegue!


Matéria elaborada pelas bolsistas do projeto Camila Adenir da Silva e Silvana T. Alves.

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